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O desconfinar do futsal: desconfiamos que vai ser desconcertante

Escrito por em 12/05/2021

Abrir o grupo do WhatsApp e abordar o pessoal, descartar os que estão ocupados e somar os 10 que se chegam à frente, preparar o saco sem esquecer a grade de minis, partir para o pavilhão já de chuteira ou sapatilha no pé, entrar na quadra com a estratégia de que o mais pesado começa à baliza mas sabendo que todos vão por lá passar, jogar com a certeza de que o resultado vai ter mais de 10 golos e que estes serão para todos os efeitos e feitios.

A pandemia privou-nos (sem dúvida) de coisas mais importantes, mas para muitos “amigos da bola”, ficar sem a partidinha semanal foi um revés duro de contornar. Felizmente os tempos difíceis começam a dar tréguas e, aos poucos, o desconfinamento vai permitindo o regresso dos heróis desconhecidos da quadra e do sonho que cada um de nós teve, outrora, quando acreditávamos que íamos ser craques de alto nível. Durante aquela hora com os nossos parceiros, os problemas do dia-a-dia desaparecem, somos apenas nós e uma bola. Somos todos Ronaldo, Messi e Neymar e nem o pé-de-chumbo arreda pé deste ramalhete, pois até esse entra no espírito e faz por merecer uma assistência no momento certo, quanto mais não seja para rematar mais no taco que noutra coisa e ver a redondinha sair pela linha lateral para risota geral do restante grupo.

Esta é uma das grandezas do desporto, que continua a mover paixões e a aproximar os que nele têm um interesse inexplicável. Nem todos têm de ser profissionais para o viver de forma intensa, há aqueles que o praticam por lazer ou por puro amor a uma camisola ou modalidade. E se há sítio onde essa inocência dos primórdios ainda se encontra, é na Distrital.

Por isso mesmo, é com olhos a cintilar que verificamos a retoma do futebol em Aveiro… mas também do futsal. A modalidade do 5 para 5 começa a reunir cada vez mais praticantes e, no concelho de Ovar, saúda-se o regresso do Arada AC e do CCR Maceda à competição oficial.

Ansiosos por ver um daqueles jogos eletrizantes, aparecemos de armas e bagagens no Gimnodesportivo de Arada para reencontrar a equipa local, que recebeu a ADREP no passado sábado. Spoiler alert: não ficamos desiludidos!

Não foi um jogo excitante, com parada e resposta, recheado de golos e com momento vibrantes – não, de facto não foi. Mas foi uma partida com duas equipas diferentes em estilo e forma de abordar o desafio, a dar tudo, claramente felizes por poderem jogar novamente, satisfeitas por colocarem em prática as suas rotinas e por aspirarem a algo que não seja apenas um esperar que a COVID abrande e rezar que a próxima época decorra nos conformes. Como é óbvio, o resultado final do jogo é importante para os objetivos dos dois conjuntos, mas é quase obrigado a dividir o protagonismo com a simples alegria gerada por um tão antecipado retorno à competição. (Ah! Antes que me esqueça, o jogo terminou 1-1.)

A “Prova Final” do Campeonato Grande Hotel de Luso não está organizada da forma mais ortodoxa, tem até um organograma bastante confuso para os mais leigos, mas o importante é voltar à rotina. Assim, e embora não se jogue por uma subida de divisão, luta-se por uma vaga na prestigiada Taça de Portugal… o que não deixa de ser excitante.

E do lado dos aradenses, o técnico Ricardo Rodrigues já deixa o aviso à navegação: “vamos lutar por um dos dois primeiros lugares deste micro-campeonato.” Atingir a Taça Nacional pode parecer uma ambição desmedida para uma equipa cujo projeto se iniciou recentemente, mas a verdade é que é sustentada pelo trabalho que tem sido desenvolvido, com ascensão meteórica no panorama da distrital e provas dadas dentro de campo contra praticamente todos os rivais que encontrou.

O Arada nem sempre é a melhor equipa em campo – a ADREP que o diga. Contudo, quase sempre, faz-se valer de outras fórmulas para sobressair. O futsal até pode não ser o mais convencional, mas como não há fórmulas perfeitas para chegar ao sucesso, cada um pega naquela que lhe assenta melhor. E a verdade é que num estilo mais físico, de choque, quase à futebol, os aradenses deixam a sua marca por onde passam e colhem o respeito dos seus adversários.

A ADREP tentou de tudo, muitas vezes chocou com a muralha defensiva do Arada, outras com as defesas dos impressionantes guarda-redes, Emanuel Silva e Eduardo Pires. Mas, entre o deve o haver, até podia ter perdido. Isto porque no reverso da medalha, o seu guardião, Diogo Pires, também foi um dos melhores elementos em campo.

Há desafios onde mais do que a vertente técnica e tática, gostamos de salientar o porquê de continuarmos todos – os que jogam, os que transmitem o jogo e os que ouvem e assistem – os nossos trabalhos. Este é um desses casos.

Na AVfm, vincamos a vontade de continuar a acompanhar a par e passo todo o desporto do nosso concelho, dentro das nossas possibilidades. Não descuramos o futsal porque é, também, uma das nossas modalidades preferidas.

Haverá, portanto, outras crónicas mais técnicas, cheias de lances e peripécias, cheias de golos e notas artísticas. A de hoje é menos sumarenta em jogo jogado mas, por incrível que pareça, é das mais doces que escrevemos: porque estamos de volta!

Arada AC x ADRE Palhaça
Campeonato Grande Hotel Luso – Prova Final – Acesso Taça Nacional (9º/14º) – 1ª Jornada
Resultado final: 1-1
Resultado ao intervalo: 1-1
Golos: Leandro Bernardes, Luís Ruivo
MVP Rádio AVfm: Emanuel Silva

Arada AC: Emanuel Silva, Bruno Magalhães, Renato Pichel, Jorge Gomes, Ricardo Crasto
Jogaram ainda: Leandro Bernardes, Ruben Silva, André Ferreira, Eduardo Pires
Treinador: Ricardo Rodrigues

ADRE Palhaça: Boxer, João Pinto, Johnny, Diogo Reis, João Pinho
Jogaram ainda: Cipri, Luís Ruivo, Mauro Ferreira, Luís Barreiro, Júlio Netto
Treinador: Gil Balseiro

No final do jogo, estivemos à conversa com ambos os técnicos. Ouça as declarações:

Treinador Arada AC | Ricardo Rodrigues
Treinador ADRE Palhaça | Gil Balseiro

Fotos: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente
Reportagem: Pedro Silva

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