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Ovar em Jazz’23: Maria João e João Farinha ensinaram a improvisar em “A Nossa Voz Voadora”

Escrito por em 27/04/2023

Logo que vi o nome Maria João na programação, previa que ia ser incrível (aliás, fiquei logo imensamente entusiasmada porque o novo álbum dela é algo de extraordinário), e, agora que sei como foi, acho que foi uma iniciativa espetacular da parte da organização do Ovar em Jazz incluir a componente formativa no alinhamento do evento.

E, ainda para mais, com a maravilhosa Maria João, que impressiona tudo e todos e nunca desilude (sinceramente… Maria João e desilusão não cabem na mesma frase, não é mesmo?), foi uma oportunidade excelente poder aprender mais de alguém com tanto conhecimento, talento e criatividade.

Mas, em vez de passar o artigo a repetir o quão incrível foi, acho que o mais interessante seria partilhar algumas das coisas mais interessantes que aprendi:

Em primeiro lugar, algo que a cantora reiterou foi a maneira como o nosso corpo é feito de ritmo – temos ritmo na maneira como andamos, no nosso coração que bate, até no nosso respirar.


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E é por isso que é interessante guiar-nos não por um tempo extremamente preciso, mas pelo tempo que sentimos cá dentro, porque, no fim de contas, a Música é feita de movimento, é fluída, não é suposto ser perfeita, mas sim Arte.

E, já que temos um atributo tão importante como a respiração, mais vale usá-la – porque a verdade é que a respiração nos pode trazer uma resistência que nem sabíamos que tínhamos.

Pois… tão cedo não me esquecerei de quando a Maria João decidiu ensinar a importância da respiração com Aikido (aviso: nenhum braço foi partido durante este workshop) – e o mais interessante é que eu nunca tinha entendido o exato motivo pelo qual via pianistas a inspirar antes de certos acordes!

A verdade é que, ao expirar, ganhamos uma maior capacidade de resistência, e até força, e foi fascinante perceber este pequeno “truquezinho” que há no nosso corpo.

Algo também muito relevante que aprendemos foi uma abordagem muito diferente àquela que eu esperava deste workshop – em vez de um conjunto de “regras”, Maria João ensinou-nos algo muito mais importante: na improvisação, não há erros, mas sim novos caminhos.

A artista realçou ainda que muitas vezes vemos intérpretes a tocar tudo extremamente perfeito e sem qualquer erro, mas intérpretes assim não falta. O que importa é deixar a nossa marca na música, transmitir algo ao público.

A Música não foi feita para ser perfeita, e estamos a improvisar. Às vezes as coisas mais interessantes resultam daquilo que não estava planeado, não é mesmo?

A cantora afirmou que, na improvisação, não é preciso nada que não a nossa criatividade – se nos pedirem para fazer uma introdução, por exemplo, não é preciso uma linha de baixo, ou uma progressão de acordes já definida. Porque improvisação é pura liberdade.

E, claro, outra coisa fantástica que aprendemos foi como é fácil fazer música em conjunto – de facto, na maior parte do workshop que se deu de tarde, Maria João focou-se em várias atividades em que todo o grupo de participantes colaborava em conjunto. Gostei principalmente de uma atividade em que todos tivemos a oportunidade de improvisar repetindo motivos, mas estes variando nos 3 grupos de vozes.

Em conclusão, foi uma experiência incrivelmente enriquecedora e foi fantástico ter alguém do gabarito da Maria João a ensinar-nos todas estas lições valiosas de forma divertida e acessível – e se isto não foi a definição de um dia bem passado, deve estar lá muito perto.

Eis, então, um formato muito interessante promovido pelo Ovar em Jazz, e uma maneira muito original de nos mostrar um pouco mais sobre esta característica inerente ao jazz (e vamos ser sinceros, qualquer oportunidade de poder estar com a Maria João há que ser aproveitada).

Por mim, definitivamente repetia, e não podia estar mais grata por este dia.

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Fotos: Direitos Reservados
Texto: Mariana Rosas

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