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Ovarense ganha o dérbi de Aveiro e afirma-se no Norte

Escrito por em 11/11/2020

Depois de ter vencido o Cadima por 3-0 na primeira imagem do pós-Sérgio Barreto, a AD Ovarense regressou ao Marques da Silva para a 6ª jornada da Zona Norte da Liga BPI e voltou a mostrar excelentes indicações. No dérbi aveirense perante o Clube de Albergaria, as alvinegras venceram por 2-1, marcando com 3 pontos a estreia oficial de Emanuel Valente enquanto técnico definitivo da equipa – apesar de já ter orientado as vareiras contra o Cadima. A vitória foi difícil e suada, mas não menos saborosa.

Todos sabem da rivalidade que existe no feminino entre Ovarense e Albergaria, numa balança de resultados que se tem equilibrado nos últimos confrontos. O jogo do passado sábado foi outro exemplo disso mesmo. Disputado até ao último segundo, foi um desafio onde a vitória podia ter sorrido a qualquer um dos conjuntos, mas que acaba por cair bem à Ovarense pelo facto de esta ter sido a formação mais profícua ao longo dos 90 minutos.

As comandadas de Paula Pinho até entraram com maior fulgor ofensivo, obrigando as defesas da Ovarense – e particularmente Sara Oliveira com uma grande defesa – a estarem atentas. No entanto, a turma da casa foi crescendo paulatinamente, estendendo-se no campo e criando alguns lances de belo efeito.

Com um ataque renovado por Emanuel Valente, o trio Patrícia Dias, Jéssica Silva e Joana Sousa deu boa conta de si durante os primeiros 45 minutos: Patrícia Dias parece completamente readaptada à posição mais ofensiva e foi uma dor de cabeça constante para as suas adversárias diretas; já Jéssica Silva e Joana Sousa trouxeram alguns pormenores que lhes dão crédito e as tornam alternativas a explorar em jogos futuros.

Também o miolo parece cada vez mais oleado, com Betinha, sem problemas físicos, muito mais próxima da sua forma habitual e Joana Gomes em crescendo ao longo do jogo e com capacidade para ser uma box-to-box na verdadeira ascensão da palavra. Porém, tudo isto deve-se ao esteio que tem sido Maria Dias na posição mais recuada do meio-campo, uma revelação que parece estar talhada para equilibrar a equipa numa altura em que a própria defesa já possuía (devido à qualidade que nela impera) um nível nunca antes visto na Ovarense.

Todos estes fatores juntos permitiram às alvinegras um jogo de futebol agradável e que confirma as credenciais que continuam a apontar a Ovarense aos 4 primeiros lugares da Zona Norte. Tudo isto, pese embora os golos do triunfo no dérbi apenas terem aparecido na etapa complementar.

O primeiro foi apontando por Patrícia Dias, aos 58 minutos, num contra-ataque iniciado por Joana Gomes com um passe magistral e concluído pela camisola 18, que correu mais rápido que toda a gente para faturar perante a guardiã do Clube de Albergaria. Diana Oliveira ainda teve o mérito de quase defender o tiro de Tita, mas não podia mesmo fazer mais.

Do lado contrário, a húngara Zoé Magyarics e a grega Danai Kaldaridou tentavam compensar com a sua qualidade. As duas estrangeiras do Albergaria não falam o mesmo idioma, mas pareciam falar o mesmo futebol à flor do relvado. Ambas aproveitaram o crescimento ofensivo das forasteiras, na tentativa de resposta ao golo de Patrícia Dias, para se destacarem nesta fase. O inevitável aconteceu mesmo aos 71 minutos, com Kaldaridou a conquistar uma grande penalidade no limite esquerdo da grande área alvinegra e a assumir a responsabilidade para restabeleceu a igualdade a partir da marca dos onze metros com um remate e seco e coberto de frieza.

O jogo estava vivo, com parada e resposta, dificilmente se adivinhava quem iria desbloquear o placard.

A SOLUÇÃO ESTAVA NO BANCO

O xadrez dentro do terreno de jogo foi mudando ao longo do segundo período. Do lado do Albergaria, a maior evidência vai para o nome de Patrícia Cavadas que, no regresso ao Marques da Silva para defrontar uma formação que representou durante duas temporadas, entrou cheia de vontade e dinamizou a zona intermediária.

No entanto, foi neste capítulo que a Ovarense deu uma prova cabal da profundidade do seu plantel. Para mexer com o encontro, Emanuel Valente foi ao banco buscar Nissa Pereira, Joana Martins, Flávia Marinha e, acima de tudo e todas, Ana Rocha.

Quem se dá ao luxo de lançar um trunfo como Ana Rocha no decorrer de uma partida está, por isso mesmo, muito mais perto de a desbloquear. A artilheira entrou aos 60 minutos, ainda viu o empate do Albergaria aparecer depois, mas estava destinada a dar seguimento à forma que a tem catapultado para patamares superiores dentro da Liga BPI.

Já estava a dinamizar o ataque com o seu jogo (e até a combinar muito bem com Joana Martins!), mas foi só aos 84 minutos que picou o ponto com o seu faro para a baliza. Ana Rocha voltou a fazer das suas e, cheia de oportunismo, marcou um golo – o seu quarto em 5 jogos – com uma finalização sobre a meia esquerda da área, à saída de Diana Oliveira. O diminutivo Rochinha que ostenta na camisola 81 da Ovarense começa a ser pequeno demais para a qualidade que tem exibido em campo.

A vitória já não iria fugir, por mais que o Albergaria pressionasse a área de Sara Oliveira… e bem que pressionou! Foram 93 minutos de futebol intenso, com alguma chuva à mistura e um arco-íris sobre o céu vareiro que augura um bom futuro para esta equipa.

No final do encontro, Emanuel Valente mostrou-se satisfeito pela performance das suas atletas, garantindo que está apostado em chegar à disputa dos primeiros lugares do campeonato impondo um cunho pessoal dentro da sua Ovarense.

Emanuel Valente | Treinador AD Ovarense

Embora tenhamos procurado chegar à fala com Paula Pinho ou algum elemento do Clube de Albergaria, como é apanágio na Rádio AVfm no rescaldo a todos os encontros, tal foi-nos negado pelo staff técnico do clube.

Em caso de vitória, a Ovarense (atual 4ª classificada da Zona Norte), pode ascender ao 3º lugar do campeonato, ultrapassando o Clube de Condeixa. Já o Gil Vicente, no 7º lugar com 3 pontos (3 empates em 5 jogos), vai tentar garantir a sua primeira vitória de sempre no principal escalão do futebol feminino.

A Ovarense parte novamente para a estrada já no próximo domingo, a caminho de Barcelos e da próxima jornada da Liga BPI. Devido às condicionantes impostas pelo governo português no combate à pandemia COVID-19, o jogo entre Gil Vicente e alvinegras está marcado para o pouco usual horário das 11h da manhã.


Fotos: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente
Reportagem: Pedro Silva e Joel Magina


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