Quercus denuncia lixeira junto à Zona Industrial. Câmara de Ovar esclarece situação em comunicado

Recebemos da Câmara Municipal de Ovar (CMO) um comunicado que pretende esclarecer a acusação da existência de uma lixeira a céu aberto no Perímetro Florestal das Dunas de Ovar. O assunto teve origem numa denúncia, veiculada nas redes sociais do Núcleo de Aveiro da associação ambientalista Quercus, ilustrada com fotografias que mostramos neste artigo.

Em pleno perímetro florestal de Ovar, junto à Zona Industrial de Ovar, encontra-se uma lixeira com toneladas de resíduos de construção, telhas de amianto e até lápides. Entretanto, uma parte do local foi terraplanada, soterrando lixo, entulho e amianto.

relataram os ambientalistas

Na sua comunicação, a autarquia revela nunca ter recebido um pedido de esclarecimento da Quercus relativo ao assunto, como tem sido hábito ao longo dos anos sempre que a associação verifica alguma irregularidade ambiental no concelho de Ovar.

Garantindo que combate diariamente a deposição ilegal de resíduos nas florestas e noutros locais públicos, o executivo municipal relembra a existência de duas equipas de recolha dos mesmos na via pública, em regime de permanência, a par de um serviço disponibilizado aos munícipes de recolha domiciliária de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs) e de Resíduos de Construção e Demolição com Amianto (RCDAs). Mais relata que está em curso a adjudicação da recolha de entulheiras em espaços públicos e florestais.

Quanto à situação em concreto, a autarquia esclarece que nesse local funcionava o antigo estaleiro municipal “Areeiro”, licenciado como gestor de resíduos até 2017. Nos 30 anos anteriores, o espaço foi um depósito controlado.

O estaleiro, em espaço industrial e parcialmente florestal, estava adjacente a outro armazém municipal e à Zona Industrial. Atualmente está desativado, sendo lamentavelmente usado clandestinamente para o depósito de resíduos por parte de terceiros, sendo visível a entrada forçada nas instalações, que obrigou à reposição da vedação do local.

Além disso o município realizou recentemente uma limpeza do espaço, que se encontrava com vegetação que crescia espontaneamente e sem qualquer controlo, constituindo risco de incêndio. Essa intervenção foi acompanhada pela recolha de mais de 6 toneladas de resíduos, que foram transportados para o Ecocentro de Ovar, assegurando o destino correto dos resíduos RCD e RCDA através de um operador licenciado.

A Câmara Municipal de Ovar acrescentou ainda que tem o local em causa identificado como passivo ambiental, estando a aguardar uma oportunidade de financiamento para reabilitar a área.

Referindo-se ao Ecocentro de Ovar, esclarece que esse equipamento municipal, que entrou em funcionamento no ano passado, disponibiliza soluções de gestão e tratamento para uma grande variedade de resíduos, produzidos pelos munícipes, entre outros.

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Fotos: Quercus Aveiro
Texto: Irina Silva