S. Vicente Pereira de pé quente em segunda «chapa 4» consecutiva

Golo. Uma palavra tão simples, tão difícil de alcançar mas, ao mesmo tempo, tão compensadora. Que o diga a ARC S. Vicente Pereira que, por estes dias, a tem festejado de todas as maneiras e feitios. Não só é a equipa mais concretizadora da 1ª Divisão da AF Aveiro (em igualdade com Ol. Bairro e Mansores) como, em duas jornadas consecutivas, aplicou duas doses de «chapa 4» aos seus adversários: há pouco mais de uma semana diante do Cucujães (4 x 1) e, de regresso ao seu reduto para a ronda 9, perante um Valecambrense sem argumentos de resposta no 4 x 0 sofrido. O homem golo dos vicentinos tem sido Renato Lopes que, com mais dois para a sua conta pessoal, chega aos 9 no campeonato e tem feito uma carreira soberba neste S. Vicente de pé bastante quente.

Para este jogo, o técnico Adriano Machado chamou Litos ao trio de meio-campo. O camisola 44 entrou de rajada em Cucujães para marcar dois golos e, em boa forma, fez com que Nelson Amaral se sentasse no banco dos vicentinos para esta partida. Outra novidade no 11 foi Luís Resende, guardião que assumiu novamente a baliza depois de uma semana em que Cláudio Aguiar foi o dono das redes.

Assim, o SVP alinhou com o já referido Luís Resende e com Cláudio, Manu, Xavi, André Costa, Paiva, Litos, Joca, Diogo Sousa, Pacheco e Renato. Uma equipa titular bastante equilibrada em todos os seus setores e que entrou ao ataque desde o apito inicial dado pelo árbitro, Xavier Gomes. Os vicentinos começaram com uma estratégia de pressão alta sobre os de Vale de Cambra e rapidamente alcançaram a felicidade, ao minuto 4.

Num lance pleno de oportunismo, Renato apareceu por entre os centrais e, lançado com o guardião Diogo pela frente, atirou a contar. Eficácia máxima numa equipa que começava a partida com o pé direito quando ainda havia gente a escolher lugar naquela que foi a bem composta bancada do Campo Dr. Oliveira Santos.

Sentindo a estocada mas não ainda fora da batalha, a AD Valecambrense procurou responder desde logo. Focando-se na manutenção, o conjunto de Américo Pereira até estava bem na classificação antes da jornada 9, no 8º posto, com 13 pontos e a dois do S. Vicente Pereira. Por isso, aos 12′ testou a baliza adversária com remate colocado ao qual Luís Resende respondeu com defesa apertada. O mesmo Resende foi chamado à ação aos 36′, depois de livre direto bem cobrado por Marco Almeida.

Por seu turno, o S. Vicente até podia ter dilatado o placard um pouco antes. Também num livre junto à área, perto da meia hora de jogo, André Costa disparou em posição frontal e Diogo salvou o Valecambrense de mais um calafrio.

Um primeiro tempo bastante dividido e com um S. Vicente Pereira a gerir a vantagem com segurança, não permitindo muitas aproximações à sua área e comandando a posse de bola nos vários momentos. Mesmo com a chegada da etapa complementar, o figurino manteve-se e o Valecambrense foi ficando impaciente nas suas abordagens.

O meio-campo dos da casa mostrava-se operário com Paiva e Litos a fecharem os caminhos no corredor central e Joca, à frente, a chatear os defesas contrários na saída de bola. O S. Vicente atacava pelas laterais com um André Costa muito projetado e um Renato que, mesmo sendo o ponta de lança de serviço, caía muitas vezes nas alas nos apoios a Diogo Sousa e Pacheco.

Não havia capacidade de resposta do Valecambrense. Américo Pereira ainda recorreu ao banco aos 66′, lançando Rui Silva para o lugar de Bruninho. Mas cedo se percebeu que, mesmo recorrendo a substituições, não iria surgir nenhuma arma secreta para os auri-negros. As entradas de jogadores que se proporcionaram depois, aos 79′ e 83′, não mais serviram do que para refrescar. Nesta fase, o S. Vicente Pereira já dominava a seu bel-prazer.

Já com Nelson em campo (saiu Pacheco), o S. Vicente Pereira iria ampliar a vantagem aos 75 minutos. Uma jogada pela esquerda com o sempre criterioso André Costa a cruzar rasteiro e a encontrar Renato ao segundo poste. O matador só teve de empurrar a bola e regozijar-se pelo seu bis.

Dois minutos depois, novo golo. Desta feita, o autor foi Manu, correspondendo a livre superiormente cobrado por Diogo Sousa na lateral direita. Nas alturas, o central cabeceou com potência e fez antever um resultado que podia chegar à goleada.

Vasco Godinho e Bernardo ainda iriam a jogo para as palmas dos preteridos Diogo Sousa e Renato. E foi do lado de dentro – e bem envolvidos no lance – que ainda viram um quarto golo dos vicentinos. Aos 89′, Nelson Amaral recebeu nova assistência da esquerda e, sem sequer pedir licença, rematou sem dominar; faturando o golo da tarde. O remate saiu com olhos e a bola fez um arco perfeito até à malha lateral esquerda da baliza.

O suplício do Valecambrense iria ter um fim rápido. O juíz Xavier Gomes nem permitiu tempo de descontos e deu por terminada, pouco depois, uma partida que não deixa qualquer margem para dúvidas em relação ao seu resultado. O S. Vicente Pereira alcançou um 4 x 0 numa exibição personalizada e a roçar a perfeição.

André Costa e Renato terão sido os elos mais fortes de um SVP que vale pelo seu coletivo. Algo que é realçado por Adriano Machado sempre que tece declarações públicas à comunicação social. Efetivamente, este é um conjunto que soube colmatar as perdas da temporada passada e, mesmo com algumas caras novas, já joga quase de olhos fechados, aparentando ter bastantes soluções para os compromissos que estão aí à porta.

Pedro Silva foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:

Adriano Machado – Treinador da ARC S. Vicente Pereira

Américo Pereira – Treinador da AD Valecambrense

Não fossem os dois recentes e inesperados empates contra o Paços de Brandão e o Mealhada e os vicentinos estariam destacados no segundo lugar da classificação; a pressionar bastante o líder, Oliveira do Bairro. Mesmo assim, a equipa mantém-se segura no 3º posto, em lugar de subida de divisão.

A caminhada continua já na próxima semana com a ida a Fermentelos. Um encontro de dificuldade máxima contra o 5º da tabela e perante um adversário que, moralizado, vem de 4 triunfos consecutivos. Espera-se, portanto, um S. Vicente sobreavisado e atentos aos desempenhos do Oliveira do Bairro em Milheirós de Poiares e do Mosteirô em Vagos.

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Fotos: António Silva
Texto: Pedro Silva