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Sucateiro Manuel Godinho, condenado no processo Face Oculta a 12 anos de prisão, entregou-se e já cumpre pena

Escrito por em 12/11/2021

Na passada terça-feira, fonte judicial confirmou que o empresário de Ovar, Manuel Godinho, arguido no caso “Face Oculta”, se apresentou no Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa, no concelho de Paços de Ferreira, para cumprir os 12 anos de prisão a que foi condenado.

O mediático sucateiro Manuel Godinho deu entrada na referida cadeia na sexta-feira, 5 de novembro, após a emissão de um mandado de detenção e condução emitido pela juíza do processo que decorreu no Tribunal de Aveiro.

O processo “Face Oculta” começou em 2009, com a investigação de crimes de corrupção e outros crimes económicos cometidos pelo empresário de Ovar que detinha várias empresas de recolha e tratamento de sucata, nas suas relações com as empresas EDP (Energias De Portugal), REFER (Rede Ferroviária Nacional) e REN (Redes Energéticas Nacionais), e com o ex-ministro Armando Vara.

Em 2010, o inquérito foi encerrado com 36 arguidos acusados (34 pessoas e 2 empresas) de diversos crimes de associação criminosa, corrupção, participação económica em negócio e tráfico de influências, entre outros. No final de 2011, começou o julgamento que durou dois anos e dez meses, tendo sido realizadas 188 sessões.

O sucateiro de Ovar foi, em 2014, condenado a cumprir uma pena única de 17 anos e meio por 49 crimes de associação criminosa, corrupção, tráfico de influência, furto qualificado, burla, falsificação e perturbação de arrematação pública. Após recorrer, viu a sua pena ser reduzida para 15 anos e 10 meses. Não satisfeito com o resultado da Relação do Porto, recorreu novamente, mas, dessa feita, para o Supremo Tribunal de Justiça, que lhe diminuiu a pena para 13 anos.
Mais tarde, o Tribunal de Aveiro declarou que alguns crimes já tinham prescrito, diminuindo a pena para 12 anos de prisão.

Atualmente, além de Manuel Godinho, encontram-se outros 6 arguidos a cumprir pena de prisão, incluindo o ex-presidente da REN, José Penedos e o seu filho, Paulo Penedos, que foram condenados a três anos e três meses e quatro anos, respetivamente. O ex-ministro Armando Vara, condenado a 5 anos, saiu da prisão no passado mês de outubro, após cumprir metade da pena.


Fotos: Paulo Novais
Texto: Irina Silva


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