Vitinha ainda fez sonhar, mas o Cesarense repôs a “justiça” no segundo tempo
Escrito por AVfm em 09/10/2020
Moralizados com a reviravolta e consequente vitória sobre um rival concelhio na jornada anterior, os vicentinos procuravam deslocar-se a Cesar para confirmar o bom momento de forma. Todavia, o Cesarense, apesar de só ter uma única jornada completa e um plantel com tenra média de idades, demonstrou desde cedo toda a sua verticalidade. Não fosse a exibição de Paulinho, a derrota final poderia ter sido mais desnivelada, valendo ainda assim o momento de inspiração de Vitinha, na cobrança de um livre directo…
Os primeiros minutos foram demasiado intranquilos para a formação comandada por Miguel Ribeiro. O Cesarense entrou de tal forma forte, que o esférico parecia ter aptidão para circular à volta da área vicentina.
Começava a brilhar Paulinho…
O guardião do S. Vicente afirmou-se como um muro intransponível durante o primeiro tempo. Muitas foram as bolas na direcção da sua baliza, mas o guarda-redes esteve sempre à altura dos desafios.
E quando não era Paulinho, era ineficácia bem patente num desvio dos cesarenses por cima da trave da baliza. Foram uns primeiro 30 minutos em que os corvos entraram a frio, sem grande fio condutor nos processos ofensivos, perdendo várias bolas a partir da sua primeira fase de construção.
Na melhor fase, apareceu o melhor momento…
Após uma primeira meia hora sofrível, a ARC de S. Vicente Pereira começou a mostrar-se mais atrevida e finalmente foi conseguindo ligar os sectores na sua fase de construção.
Num dos desenvolvimentos do ataque vicentino, a bola chegou a Juninho que ao tentar o remate de meia distância, foi impedido de o concretizar por carga em falta de um defensor nas suas costas. O livre ainda levava uns bons 35 metros de distância para a baliza, mas Vitinha, com o seu pé esquerdo, não se deixou intimidar e executou o remate, colocadíssimo e forte por cima da barreira para o fundo das redes. Gonçalo bem que “voou”, no entanto o esférico entrou à passagem dos 37′ para aquele lugar que na gíra futebolística se baptiza de “gaveta”.
Poucos minutos depois, o árbitro dava por terminada a primeira parte, bem podendo o S. Vicente agradecer à agilidade de Paulinho e à precisão de Vitinha, a vantagem no marcador.
“Há mais marés, que marinheiros”, mas não desta vez…
A verdade é que a “boa maré” do SVP no final do primeiro tempo, tão depressa se foi como veio, abrindo espaço a que os competentes “marinheiros” de Magno Grave, voltassem a dominar grande parte das manobras a que o seu “navio” recorreu, para contornar a maré de jogadores alaranjados.
Mais uma vez, os anfitriões entraram melhor, pressionando junto da área contrária. Pouco abalados com o adiantar no marcador pelos visitantes, ocultaram, de forma perfeita, alguma inexperiência.
Não tardou pois, a aparecer o tão almejado golo da igualdade. Jogada pela esquerda que, após um cruzamento de trivela de Rui Santos, acabou com muita confusão dentro da área. No meio dessa confusão, Leo Almeida acabou por dar um toque subtil por cima da defesa, que viu Joel Santos a ficar com o esférico no lado direito da grande área e pontapeou forte para restabelecer a igualdade. Nada pôde fazer Paulinho que ainda viu o esférico a “beijar” a trave antes de transpor a linha do golo.
Eis que surgiu a “justiça poética” vinda do banco…
Luís Vaz, que no ano passado envergara a camisola laranja, foi a primeira opção de Magno Grave a sair do banco. O médio serviu de apoio direto à frente de ataque, e desde cedo que demonstrou vontade em desequilibrar a partida a favor do seu atual clube. Tal foi a vontade, que ao minuto 79′ foi bajulado pela sorte.
Canto batido de forma curta, levou Joel Santos a cruzar de trivela ao primeiro poste, onde apareceu oportuno Gilles Foumbi a desviar de calcanhar para mais uma grande intervenção de Paulinho, sobrando depois, e infelizmente, para a recarga de Luís Vaz. Mal o médio teve a oportunidade de encarar com a bola, não se fez rogado e rematou forte para o lado contrário da baliza, sem hipóteses de defesa.
Em desvantagem pela primeira vez na partida, o S. Vicente ainda tentou reagir colocando mais unidades na frente de ataque (inclusivamente Dayo Femi que começou a central, subiu ao ataque por diversas ocasiões). Todavia, o único apontamento mais relevante até ao final, seria a expulsão quase no fim, daquele que foi o seu melhor elemento durante toda a partida.
Primeira derrota, com claros sinais de que a defensiva vicentina precisa de limar ainda o seu trabalho, uma vez que conta com uma média de 2 golos sofridos por jogo neste início de campeonato e sofreu um golo adversário em todas as partidas até ao momento.
Com diferentes semblantes, os técnicos foram unânimes na justiça do resultado. Fique aqui com as declarações prestadas ao repórter no local, Helder Ferreira:
Campeonato Sabseg 2020/2021 – Jornada 4 – Zona Norte – Cesarense FC x S. Vicente Pereira
S. Vicente Pereira
11 inicial: Paulinho; Diogo Sousa, Dayo Femi, Pikas, Vitinha; Neemias, Martini, Juninho; Diogo Barros, Rúben Gomes (c) e João Carvalho.
suplentes utilizados: Dabó, Pacheco e João Paulo.
Suplentes: Bruno Maia, Jorge Sousa, Cláudio Resende e Marrocos.
treinador: Miguel Ribeiro
Cesarense
11 inicial: Pedro Justo; Catarino, João Resende, Daniel Santos, Rui Santos; Pedro Portal (c), Dani, Leo Almeida; Couto, Joel Santos e Gilles Foumbi.
Suplentes utilizados: Gonçalo, Luís Vaz, André Duarte, Vidigueira e Guimarães.
Suplentes: Guilherme Santos e Berna.
Treinador: Magno Grave
Resultado ao intervalo – 0 x 1
Resultado final: Cesarense FC 2 (Joel Santos 62′; Luís Vaz 79′) x S. Vicente Pereira – 1 (Vitinha 37′)
MVP jogo: Joel Santos (Cesarese FC)
No melhor pano, cai a nódoa…
Além da derrota, a nota negativa vai também para a expulsão de Paulinho, por agressão ao adversário. Depois de praticamente 90 minutos de grande nível, o temperamento do guardião veio ao de cima e as más memórias do passado ganharam vida. Acabou por penalizar duplamente a equipa, uma vez que não poderão contar com ele na próxima jornada depois daquela que foi uma exibição de encher o olho.
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