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Ovar Expande fechou com ritmos dançáveis e público de pé

Escrito por em 22/10/2025

O que é bom acaba depressa e não foi diferente com a 6ª. edição do Ovar Expande. O último dia foi preenchido, tanto de atividades como de público. As entrevistas começaram pelas 17:30h, com IBSXJAUR, seguida de The Legendary Tigerman, sendo esta última conduzida pelo Gerador.

Lana Gasparøtti

Por volta das 21h30, Lana Gasparøtti, artista algarvia, abriu a sala Expande. Desde cedo começou os seus estudos musicais e mais tarde licenciou-se em Piano Jazz e Música Moderna. Antes de se dedicar a uma carreira solo, trabalhou como instrumentista em várias bandas, mas em 2020 deu o passo que faltava e iniciou a composição das suas próprias canções, numa mistura de jazz, hip-hop, drum & bass e música eletrónica. “Something in My Way” e “Mar” são alguns dos seus singles, e, em março de 2024, lançou “Dimensions”, o seu álbum de estreia.

Um concerto que remonta a uma viagem, não apenas no sentido físico, mas sobretudo interior. O início desenha-se em paisagens sonoras suaves, ritmos amenos, texturas etéreas, um pulsar contido que convida à imersão. O público é guiado por melodias subtis, quase suspensas, que parecem vir de longe, como se anunciassem o início de um trajeto sem destino definido. Pouco a pouco, a tranquilidade transforma-se em energia. O som cresce, os corpos começam a responder. E quando a viagem está por terminar, dá-se uma explosão de jazz dançável, um combustível para uma última rota.

IBSXJAUR

A noite continuou, e se o público saiu do concerto de Lana Gasparotti energético, mal sabiam o que iam presenciar com IBSXJAUR em palco. Trata-se de uma dupla musical formada por JAUR, cantautora portuguesa, e INFRABASSESTATURE (IBS), DJ e produtor francês. A sua música junta techno, drum & bass e hyperpop/pop, um estilo underground e uma personalidade de palco única. Já lançaram alguns EPs como “We Are Protected by God” (2022), “Raw” (2023) e “Nobody is Having Fun” (2024), e o seu álbum de estreia “Sanity”, lançado a 17 de Outubro.

IBSXJAUR transformou a sala Galeria numa dance floor, num concerto único, pautado pela fusão da música eletrónica com as letras cruas. A energia e performance da artista JAUR, que com muita ou pouca aderência, vibrava com a sua própria música, uma marca da sua criatividade e paixão. Para deixar a sua marca garantida no fim do concerto, a dupla saltou para o meio do público convidando todos a vibrar com eles. Mostraram a proximidade entre público e artista numa forma que muitos ambicionam, mas não têm a capacidade – na forma de arte própria.

The Legendary Tigerman

O concerto de IBSXJAUR terminou e o público já se ia dirigindo para a sala Expande para assistir a um dos concertos mais esperados desta edição do Ovar Expande.
The Legendary Tigerman é o alter-ego de Paulo Furtado, músico português que mistura blues, rock e punk com uma estética cinematográfica e uma presença intensa em palco. Começou como one-man-band e tornou-se um dos nomes mediáticos da música portuguesa. Lançou álbuns marcantes como “Femina” (2009), “True” (2014), “Misfit” (2018) e “Zeitgeist” (2023), explorando sempre novas sonoridades e colaborações internacionais.

A par da entrevista com Lana Gasparøtti na sala Galeria, a sala Expande acolhia The Legendary Tigerman, desta vez num concerto em pé. Um concerto onde o público interagiu, sabia as canções e recebeu-as com uma energia digna de último dia de Ovar Expande. O artista fingiu sair do palco em grande, mas voltou para tocar mais uma música, desta vez no meio do público, a conhecida “These Boots are Made for Walkin`”. Saiu, definitivamente, em grande.

Conclusão

Chegou ao fim mais uma edição do Ovar Expande, e com ela uma semana de celebração da palavra, da música e da partilha. Desde as formações com Luca Argel e Carlos Tê, às residências artísticas de Bia Maria e ao coro da comunidade, até aos concertos de Mazela, Manel Cruz, Ela Li, Afonso Cabral, Lana Gasparøtti, IBSXJAUR e The Legendary Tigerman, cada momento foi uma demonstração da força criativa que habita em Ovar e em quem por cá passa.

O festival voltou a cumprir o seu propósito: aproximar artistas e público, derrubar barreiras entre palco e plateia, e provar que a cultura vive no encontro, no improviso e nas conversas que ficam depois do som. Houve lugar para a emoção, para a descoberta, mas, acima de tudo, houve verdade.

Expandir é dar lugar à voz, deixar que a arte saia das paredes, que se instale nas ruas, e que inspire o que ainda está por vir.

Confira alguns momentos da última noite do Ovar Expande 2025, pela lente de Bruno Santos:

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Confira também alguns momentos pela perspetiva de António Dias:

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Fotos: Bruno Santos e António Dias
Texto: Francisco Fidalgo, Maria Coutinho e Raquel Silva

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