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Um Corvo com sotaque: deixou sinais, faltou o golo

Escrito por em 05/05/2021

No regresso do Campeonato SABSEG para a Prova Final, uma das equipas mais diferentes em relação ao que estava estabelecido em Novembro passado mora no concelho de Ovar. A ARC S. Vicente Pereira apresenta-se nesta inédita competição com um plantel de ideias novas, com Paulo Gomes ao comando, e com um manancial de novos jogadores, oriundos de paragens menos habituais do que seria expectável para o conjunto dos Corvos.

Com um plantel composto por 13 estrangeiros, o S. Vicente Pereira surgiu em campo, na partida contra o GD Gafanha, jogando com apenas 3 portugueses: Paulinho, Magolo e João Carvalho. Aproveitando uma frase proferida pelo técnico Paulo Gomes no rescaldo do encontro, “não se olha a nacionalidades, olha-se a atletas.” Não deixa de ser, no entanto, um sinal dos tempos… isto porque do lado do conjunto da Gafanha da Nazaré, a mesma máxima parece aplicar-se: também foram somente quatro os portugueses que partiram do onze titular.

O Campeonato SABSEG em particular – distrital de Aveiro no geral – começa a atrair alguns globetrotters do Desporto Rei. Certo é que esta mixórdia de nacionalidades e estilos de formação acabou por traduzir-se numa contenda interessante em campo. Os golos nunca chegariam nesta primeira jornada do Grupo A, mas não foi por falta de oportunidades, principalmente para os vicentinos.

Partindo do último lugar do grupo devido ao sorteio condicionado pelo coeficiente de pontos alcançados na (incompleta) fase regular do Campeonato SABSEG, o S. Vicente Pereira abordou a partida com uma postura de futebol atacante, atrativo e num estilo propício ao espetáculo. Os processos da equipa, esses, ainda não estão completamente oleados, mas a capacidade física dos Corvos já está num nível bem assinalável tendo em conta a paragem forçada na competição devido à COVID-19.

A defesa renovada contou com o regresso de Magolo a uma posição que bem conhece. O agora central até ostentou a braçadeira de capitão e fez boa parelha com o brasileiro Kevin Volpini. Nas laterais, fica ainda um ponto de interrogação em relação ao que podem dar Bernardo e Aleksander, num jogo qb de ambos, mas sem grande fulgor para a retina da audiência. Já Paulinho, na baliza, foi Paulinho: um guarda-redes seguro nas poucas situações em que foi chamado a intervir.

O miolo a três, com Dayo Femi a fechar e Juninho (Alex Júnior) e Mateus Arence a estenderem-se na ligação ao ataque foi, sem dúvida, um dos maiores destaques do jogo – em especial, Dayo e Arence. O nigeriano continua a ser uma força da natureza e, agora no meio-campo, não se coíbe até de sair a jogar com bola; já Arence revelou bons pormenores, capacidade de definir em espaço curto e características de chegada à área interessantes.

O ataque, com Anih e Juninho (Mário Júnior) nas alas e João Carvalho numa posição mais interior, nem sempre esteve totalmente esclarecido. João Carvalho trabalhou bastante e quase foi capaz de marcar, mas Anih e Juninho nem sempre conseguiram imprimir a qualidade que lhes é conhecida, sendo que o nigeriano trouxe verticalidade mas falta de classe no último passe e o brasileiro pareceu um pouco fora do encontro por estar a jogar numa posição que nunca foi a sua desde que ingressou no S. Vicente Pereira.

Tudo somado, e apesar do Gafanha ter revelado ter também um ótimo plantel, foi o S. Vicente Pereira quem esteve mais perto do triunfo. A melhor oportunidade de todo o encontro foi, contudo, dos nazarenos, quando desperdiçaram uma grande penalidade, ainda na etapa inicial, por intermédio de Rafael Busqueti.

O S. Vicente Pereira teve uma bola nos ferros e, principalmente na segunda parte, a favor do vento, carregou bastante junto da baliza do guarda-redes e capitão dos locais, Guilherme Higino. As próprias alterações protagonizadas por Paulo Gomes foram sempre no sentido de aproximar a sua equipa da baliza, algo que iria gerar um S. Vicente avassalador, sobretudo nos minutos finais da partida.

Aí valeram as intervenções de Higino, que foi o melhor jogador do Gafanha no cômputo geral do encontro. Assim, e pelo facto de nunca ter cedido defensivamente e ter tentado, ao mesmo tempo, abrir o jogo para o seu ataque quando possível, o Gafanha levou o prémio do empate e o S. Vicente aceitou a divisão de pontos contra um adversário de respeito.

A Rádio AVfm esteve à conversa com os treinadores, no rescaldo do encontro. Ouça as declarações:

Treinador ARC S. Vicente de Pereira | Paulo Gomes
Treinador GD Gafanha | Raúl Garcia

Apesar de ter somado um ponto, o S. Vicente Pereira afastou-se ainda mais do acesso aos quartos de final da Prova Final e segundo lugar da classificação do Grupo A. É que o Oliveira do Bairro, adversário dos vicentinos na próxima jornada, venceu surpreendentemente o líder Alvarenga, na Bairrada, por 2-1.

Sendo assim, o S. Vicente Pereira mantém o quarto posto da tabela, a 9 pontos do Alvarenga e a 6 do Oliveira do Bairro. Há 5 jogos e 15 pontos em disputa, pelo que o S. Vicente aborda a Prova Final numa postura de “jogo a jogo”.

O encontro entre S. Vicente Pereira e Oliveira do Bairro está agendado para o próximo domingo, no Estádio Dr. Oliveira Santos, a partir das 16h00.

GD Gafanha x ARC S. Vicente Pereira
Campeonato SABSEG – Prova Final – Grupo A – 1ª Jornada
Resultado final: 0-0
Resultado ao intervalo: 0-0
MVP Rádio AVfm: Dayo Femi

GD Gafanha: Guilherme Higino ©, Fabril Kaou, Ianique Cá, Chico Mendes, Rodrigo Ferreira, João Victor, Arthur Miranda, Filipe Simões, Xano, Gabriel Patrick, Rafael Busqueti
Jogaram ainda: Diogo Barros, Rodriguinho, Aires Silva
Não utilizadas: Urbano Ramos, David Lopes, Teixeirinha, Pedro Souza
Treinador: Raúl Garcia

ARC S. Vicente Pereira: Paulinho, Bernardo, Kevin Volpini, Magolo ©, Aleksander, Dayo Femi, Juninho, Mateus Arence, Juninho, Emmanuel Anih, João Carvalho
Jogaram ainda: Tiago Martini, Fredinho, Fábio Pacheco, Gledson Silva
Não utilizadas: José Marrero, Pikas, Abulai Dabó
Treinador: Paulo Gomes


Fotos: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente
Reportagem: Pedro Silva

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